Diamante
é colorido com partículas de prata
Redação
do Site Inovação Tecnológica - 16/11/2018
Os diamantes coloridos podem tornar o cristal prático para reações
químicas fotoativadas. [Imagem: Shuo Li]
Diamantes coloridos
Enquanto a maioria dos
compradores de pedras preciosas pode resistir a um diamante com uma coloração
amarela ou verde - um sinal de impureza - esses tons são valorizados em várias
aplicações na indústria.
Os diamantes coloridos são úteis
precisamente porque permitem que o cristal absorva mais luz. A luz, por sua
vez, pode alimentar todos os tipos de transformações úteis, como reações
químicas, para as quais o diamante é uma ferramenta preciosa. Mas capturar a
luz em diamantes transparentes, especialmente em películas finas, os chamados nanodiamantes, é algo bem complicado.
Shuo Li e seus colegas da Universidade
Wisconsin-Madison, nos EUA, conseguiram agora criar uma série de diamantes
coloridos na forma de filmes finos, a mais adequada para o uso do material como
catalisador.
A cor é dada por nanopartículas
de prata inseridas entre as finas camadas que se formam conforme o diamante
sintético vai sendo cultivado em laboratório. A cor final de cada cristal pode
ser controlada variando o tamanho das nanopartículas de prata, o que até agora
permitiu criar uma variedade de verdes, azuis, roxos e outras cores.
O método relativamente simples
irá ajudar a explorar reações químicas catalisadas por diamante, reações que
são muito mais difíceis em filmes transparentes do material.
Catalisadores e sensores de
diamante
A cor em um cristal como o
diamante vem de "átomos dopantes", átomos de um elemento diferente do
carbono que forma o cristal. A prata parecia ser era o candidato perfeito para
essa dopagem porque seus elétrons apresentam uma ressonância dentro dos
comprimentos de onda visíveis da luz - os elétrons são a fonte última de luz,
emitindo fótons depois de energizados.
O segredo da cor dos diamantes está nas dimensões das nanopartículas de
prata. [Imagem: Shuo Li]
Li forçou a prata a permanecer na
forma de nanopartículas - sem se aglomerar - alterando a superfície do
diamante. Depois de produzir uma fina camada de diamante, o pesquisador a
saturou com átomos de hidrogênio, o que tornou o diamante relutante em
interagir com qualquer outro material. A seguir, foi só adicionar a prata.
Como uma gota de água se
acumulando em uma folha sedosa, a prata forma partículas em vez de se espalhar.
Imagens em escala atômica revelam que gotículas de prata pontilham montanhas
escarpadas do cristal de diamante. Uma segunda camada de diamante sela as
partículas de prata, travando-as no lugar e definindo a cor do cristal.
Um tamanho de nanogota de prata
cria um verde escuro; outro produz uma magenta brilhante e um terceiro chega à
turquesa - tudo controlado variando o tamanho das nanopartículas e a espessura
da camada de prata que é aplicada.
Os pesquisadores agora estão
procurando tornar os padrões de prata e diamante mais regulares como um passo
rumo à reprodutibilidade de cores consistentes. Essa consistência irá ajudar a
explorar reações químicas que poderão se beneficiar do novo catalisador. As
partículas de prata revestidas com diamante também podem ser usadas como
sensores químicos.
Bibliografia:
Tunable coloration of diamond films by encapsulation of plasmonic Ag nanoparticles
Shuo Li, Jason Bandy, Robert J. Hamers
Diamond and Related Materials
Vol.: 89, October 2018, Pages 190-196
DOI: 10.1016/j.diamond.2018.09.003
Tunable coloration of diamond films by encapsulation of plasmonic Ag nanoparticles
Shuo Li, Jason Bandy, Robert J. Hamers
Diamond and Related Materials
Vol.: 89, October 2018, Pages 190-196
DOI: 10.1016/j.diamond.2018.09.003
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