Coco
ajuda a projetar edifícios antiterremoto
Redação
do Site Inovação Tecnológica - 12/07/2016
A estrutura em forma de escada e o ângulo dos vasos do coco ajudam a
dissipar a energia de um impacto. [Imagem: Plant Biomechanics Group
Freiburg]
Duro na queda
Engenheiros e cientistas dos
materiais da Universidade de Freiburg, na Alemanha, juntaram-se para tentar
explorar a estrutura natural do coco em benefício da arquitetura e da
construção civil.
Coqueiros podem ter 30 metros de
altura, o que significa que, quando os cocos maduros caem no chão, suas paredes
têm de suportar o impacto para que eles não rachem.
Para proteger a semente lá
dentro, o coco tem uma estrutura complexa formada por três camadas principais:
a casca externa que lembra a estrutura do couro, um mesocarpo fibroso e um
resistente endocarpo interno em torno da polpa que contém a plântula em
desenvolvimento.
"Analisando o comportamento
de fratura das amostras e combinando isso com o conhecimento sobre a anatomia
da casca obtida por microscopia e tomografia computadorizada, estamos
identificando as estruturas mecanicamente relevantes para absorção de
energia," explicou Stefanie Schmier, membro da equipe.
Desvio das fraturas
Os dados revelaram que, dentro do
endocarpo - que consiste principalmente de células altamente lignificadas - os
vasos que compõem o sistema vascular do fruto têm um design diferente, parecido
com uma escada, responsável por suportar as forças de flexão.
Cada célula é rodeada por
diversos anéis lignificados, unidos por pontes paralelas - a lignina é uma
molécula associada à celulose na parede celular para dar rigidez aos tecidos
vegetais.
A equipe acredita que é o ângulo
desses vasculares que ajuda a "desviar" a trajetória das fissuras -
quanto mais tempo uma rachadura tem que viajar para dentro do endocarpo, mais
provável é que ela vai parar antes de chegar ao outro lado.
Prédios antiterremoto
A equipe acredita que essa
angulação especial dos feixes vasculares no endocarpo do coco pode ser aplicada
ao arranjo de fibras têxteis no interior do concreto para permitir a deflexão
de fendas e rachaduras, evitando o colapso da estrutura.
"Esta combinação de uma
estrutura leve com uma elevada capacidade de dissipação de energia é de
interesse crescente para proteger edifícios contra terremotos, quedas de rochas
e outros perigos naturais ou provocados pelo homem", disse Stefanie.
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