Descoberta
forma mais rápida e mais eficiente de processar informações
Redação
do Site Inovação Tecnológica - 17/05/2018
A plasmônica, que controla os elétrons
com luz, é uma das técnicas envolvidas com a fotônica, que trabalha para
fazer chips que funcionam à velocidade da
luz.[Imagem: Basov Lab/UCSD]
Rejuvenescendo os semicondutores
Químicos canadenses descobriram
uma maneira muito mais rápida e eficiente de armazenar e processar informações,
expandindo as limitações de como o fluxo de eletricidade pode ser usado e gerenciado
no interior dos chips.
Penghui Yin e seus colegas da
Universidade de Waterloo descobriram que a luz pode induzir a magnetização em
determinados semicondutores, a classe
padrão de materiais usados em todos os dispositivos de computação atuais.
"Estes resultados podem
permitir uma maneira fundamentalmente nova de processar, transferir e armazenar
informações com os dispositivos eletrônicos, [maneira esta] que é muito mais
rápida e eficiente do que os eletrônicos convencionais," disse o professor
Pavle Radovanovic, coordenador da equipe.
Magnetização com luz
A descoberta foi possível graças
ao magnetismo e a um campo
chamado spintrônica, que propõe
armazenar informação binária na direção de rotação de um elétron, e da plasmônica, que usa
oscilações coletivas dos elétrons e átomos na superfície de um material,
oscilações estas produzidas pela incidência de luz.
"Nós basicamente
magnetizamos nanocristais semicondutores individuais com luz à temperatura
ambiente," disse Radovanovic. "É a primeira vez que alguém consegue
usar o movimento coletivo de elétrons, conhecido como plásmon [de superfície],
para induzir uma magnetização estável dentro de um material semicondutor não
magnético."
Ao manipular os plásmons de superfície em nanocristais de óxido
de índio, a equipe demonstrou que as propriedades magnéticas e semicondutoras
podem de fato ser acopladas, tudo sem a necessidade de temperaturas ultrabaixas
tipicamente usadas na spintrônica e na computação quântica.
Os nanocristais semicondutores têm seu magnetismo
controlado unicamente por luz. [Imagem: Penghui Yin et al. -
10.1038/s41565-018-0096-0]
Plasmontrônica
A equipe prevê que sua descoberta
deverá inicialmente permitir a construção de sensores magneto-ópticos altamente
sensíveis para geração de imagens térmicas e sensoriamento químico.
Mas a abordagem deverá se
estender rapidamente à detecção quântica, armazenamento de dados e
processamento de informações quânticas - os campos da spintrônica, plasmônica e
computação quântica têm inúmeros pontos de contato, e todas deverão ter grande
impulso com uma técnica que permite fazer tudo a temperatura ambiente.
"Nossos resultados
efetivamente inauguram o campo da plasmontrônica, que envolve os fenômenos que
surgem das interações intrínsecas plásmon-exciton e plásmon-spin. Além disso, o
controle dinâmico da polarização das portadoras [de carga] é prontamente obtido
em temperatura ambiente, o que nos permite aproveitar o modo magnetoplasmônico
como um novo grau de liberdade em dispositivos de processamento fotônico,
optoeletrônico e de informação quântica," reforçou Radovanovic.
Bibliografia:
Plasmon-induced carrier polarization in semiconductor nanocrystals
Penghui Yin, Yi Tan, Hanbing Fang, Manu Hegde, Pavle V. Radovanovic
Nature Nanotechnology
DOI: 10.1038/s41565-018-0096-0
Plasmon-induced carrier polarization in semiconductor nanocrystals
Penghui Yin, Yi Tan, Hanbing Fang, Manu Hegde, Pavle V. Radovanovic
Nature Nanotechnology
DOI: 10.1038/s41565-018-0096-0
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