Diodos
ópticos fazem luz andar em um único sentido
Redação
do Site Inovação Tecnológica - 11/04/2018
Esquema
do diodo de luz. No detalhe, um microrressonador em anel construído por K.
Srinivasan (NIST). [Imagem: Leonardo Del Bino et al. -
10.1364/OPTICA.5.000279]
Diodo de luz
Diodos são componentes básicos de
todos os circuitos eletrônicos. Sua característica básica é fazer com que a
corrente elétrica flua em um único sentido, bloqueando a corrente no sentido
inverso.
Pesquisadores do Laboratório
Nacional de Física do Reino Unido (NPL) criaram um novo diodo óptico, um diodo
que faz com a luz o que o seu equivalente eletrônico faz com a corrente
elétrica.
Embora várias demonstrações desse
comportamento da luz já tenham sido feitas, Leonardo Del Bino e seus colegas
apostam que a miniaturização e a potência que eles alcançaram permitirão o uso
do diodo de luz em circuitos fotônicos miniaturizados.
Essa integração em pequena escala,
rumo aos processadores de luz, tem
sido um grande desafio na fotônica porque os diodos
ópticos existentes exigem ímãs volumosos, incompatíveis com a miniaturização
dos circuitos.
Em vez de ímãs, Bino usou a luz
armazenada em minúsculos anéis de vidro, conhecidos como microrressonadores em anel. O componente é
essencialmente um anel de vidro esculpido em uma pastilha de silício, da
largura de um fio de cabelo humano, que aproveita a potência óptica circulante
para gerar o efeito do diodo, ou seja, colocar a luz em uma via de mão única.
Luz de um estádio
"Para criar os diodos
ópticos, nós usamos microanéis que podem armazenar quantidades extremamente
grandes de luz. Isso significa que, mesmo que estivermos enviando pequenas
quantidades de luz para esses anéis de vidro, a potência de circulação é
comparável à luz gerada por todos os refletores em um estádio de futebol
inteiro - mas confinada em um dispositivo menor do que um fio de cabelo humano.
As intensidades de luz permitem a formação de um diodo através de uma interação
luz-luz chamada efeito Kerr," explicou
o professor Jonathan Silver.
"Uma propriedade notável
deste novo diodo é que o desempenho melhora se o campo de luz de propagação
para a frente for aumentado. Isso é muito importante, por exemplo, ao usar o
diodo para proteger os diodos de laser integrados em chips contra
retrorreflexões," disse Bino.
A equipe também pretende estudar
o uso dos seus diodos circulares como memórias ópticas e para a criação de
novos tipos de sensores.
Várias abordagens têm sido usadas
para a construção de diodos ópticos, com participação
importante de físicos brasileiros. No campo da computação quântica,
já existem inclusive diodos para fótons individuais.
Bibliografia:
Microresonator isolators and circulators based on the intrinsic nonreciprocity of the Kerr effect
Leonardo Del Bino, Jonathan M. Silver, Michael T. M. Woodley, Sarah L. Stebbings, Xin Zhao, Pascal Del’Haye Optica Vol.: 5, Issue 3, pp. 279-282 DOI: 10.1364/OPTICA.5.000279
Microresonator isolators and circulators based on the intrinsic nonreciprocity of the Kerr effect
Leonardo Del Bino, Jonathan M. Silver, Michael T. M. Woodley, Sarah L. Stebbings, Xin Zhao, Pascal Del’Haye Optica Vol.: 5, Issue 3, pp. 279-282 DOI: 10.1364/OPTICA.5.000279
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