Elétrons
finalmente domados no grafeno abrem caminho para nanotransistores
Redação
do Site Inovação Tecnológica - 24/10/2017
Um eletrodo atomicamente fino funciona para os elétrons da mesma forma
que uma lente interfere com os raios de luz.[Imagem: Yuhang Jiang/Rutgers
University-New Brunswick]
Elétrons no grafeno
Um dos grandes trunfos do grafeno é a altíssima
mobilidade dos elétrons através de sua malha hexagonal, o que lhe dá uma
condutividade muito superior à dos metais.
Mas essa vantagem traz suas
próprias dificuldades: ocorre que, quando disparam pelo grafeno, os elétrons
não param mais.
Desta forma, para fabricar um transístor de grafeno é
necessário fazer buracos no material, que funcionam como barreiras para que os
elétrons possam ser controlados. Mas isso traz seus próprios problemas de
engenharia, já que é muito difícil fazer buracos precisos em um material monoatômico,
inibindo seu uso em escala industrial.
A boa notícia é que, depois de
muito trabalho, Yuhang Jiang e seus colegas da Universidade Rutgers, nos EUA,
descobriram como domar os elétrons no grafeno, abrindo o caminho para o
transporte ultrarrápido de energia em componentes nanoeletrônicos, virtualmente
sem perdas de energia e dissipação na forma de calor.
Lente de elétrons
Os elétrons desvairados foram
controlados aplicando uma tensão elétrica através da ponta finíssima de um
microscópio de rastreamento, que é normalmente usado para fazer o mapeamento
das superfícies dos materiais em 3D - onde a ponta toca o grafeno ela tem o
diâmetro de um átomo.
Esse arranjo experimental lembra
um sistema óptico. A ponta do microscópio cria um campo de força que aprisiona
os elétrons ou modifica suas trajetórias, de forma similar ao efeito que uma
lente exerce sobre raios de luz. Os elétrons podem ser presos e liberados,
oferecendo um meio de alta eficiência para ligar e desligar a corrente
elétrica, o que é a base do funcionamento de um transístor.
"Você pode aprisionar
elétrons sem fazer furos no grafeno. Se você mudar a tensão, você pode liberar
os elétrons. Assim é possível capturá-los e liberá-los à vontade," disse a
professora Eva Andrei, coordenadora da equipe.
Embora a demonstração envolva
equipamentos de laboratório cuidadosamente operados, agora será possível
trabalhar para reproduzir o efeito a partir dos próprios componentes,
eventualmente tornando possível fabricar nanotransistores de grafeno
ultrarrápidos em escala industrial.
Bibliografia:
Tuning a circular p-n junction in graphene from quantum confinement to optical guiding
Yuhang Jiang, Jinhai Mao, Dean Moldovan, Massoud Ramezani Masir, Guohong Li, Kenji Watanabe, Takashi Taniguchi, Francois M. Peeters, Eva Y. Andrei
Nature Nanotechnology
DOI: 10.1038/nnano.2017.181
Tuning a circular p-n junction in graphene from quantum confinement to optical guiding
Yuhang Jiang, Jinhai Mao, Dean Moldovan, Massoud Ramezani Masir, Guohong Li, Kenji Watanabe, Takashi Taniguchi, Francois M. Peeters, Eva Y. Andrei
Nature Nanotechnology
DOI: 10.1038/nnano.2017.181
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