Memoristor de
grafeno é ideal para computação que imita cérebro
Memoristor
de grafeno
Uma sinapse artificial feita de grafeno pode existir em muitos estados
diferentes, o que significa que ela pode funcionar como um componente
analógico, assim como os neurônios do cérebro.
A sinapse artificial é o já bem
conhecido memoristor, um resistor com memória, capaz de
lembrar-se dos dados anteriores que foram guardados, o que torna este
componente o principal elemento da computação neuromórfica, ou computação que
imita o cérebro.
Em relação às memórias digitais
atuais, o comportamento do memoristor pode ser comparado à diferença entre
ligar ou desligar um interruptor de luz - como em um transístor - e girar um
controle para obter diferentes níveis de iluminação.
Mas o funcionamento em diferentes
estados é um adicional importante, lembrando mais a capacidade dos qubits de
guardar múltiplos dados na computação quântica.
Múltiplos estados de memória
Usando simulações e experimentos,
Thomas Schranghamer e colegas da Universidade do Estado da Pensilvânia
demonstraram como um memoristor feito com grafeno pode ser usado para melhorar
substancialmente o desempenho das redes neurais artificiais - sistemas que
podem um dia rivalizar e até mesmo substituir os computadores convencionais.
Assim como as sinapses que conectam
os neurônios do cérebro são reconfiguradas constantemente, as redes neurais
artificiais que a equipe está construindo podem ser reconfiguradas pela
aplicação de um breve campo elétrico a uma folha de grafeno.
Nos experimentos feitos agora, eles
mostraram pelo menos 16 estados de memória possíveis, em oposição aos dois
obtidos na maioria dos memoristores baseados em óxidos.
"O que mostramos é que podemos
controlar um grande número de estados de memória com precisão usando simples
transistores de efeito de campo de grafeno," disse o professor Das
Saptarshi.
Redes neurais
Ao contrário dos estados fixos dos
memoristores convencionais, os memoristores de grafeno podem ser programados
para ter valores de condutância arbitrários, uma flexibilidade pode torná-los
ainda mais valiosos para a criação de redes neurais artificiais.
Por exemplo, a equipe demonstrou uma
técnica computacional para atribuir valores de peso sináptico de forma
inteligente, atingindo os níveis de precisão exigidos por redes neurais
complexas.
"Finalmente, demonstramos que os
memoristores de grafeno permitem atribuição de peso com base no agrupamento de
médias-k, que oferece maior precisão de computação quando comparada com a
quantização de peso uniforme para multiplicação de matriz vetorial, um
componente essencial para qualquer rede neural artificial," escreveu a
equipe.
A equipe acredita que é possível escalonar a tecnologia para uso comercial, apesar de estar havendo uma migração rápida das pesquisas em direção a outros materiais bidimensionais, como a molibdenita, que tem-se mostrado mais fácil de lidar e com melhores resultados do que os componentes de grafeno.
Bibliografia:
Artigo: Graphene memristive synapses for high precision neuromorphic computing
Autores: Thomas F. Schranghamer, Aaryan Oberoi, Saptarshi Das
Revista: Nature Communications
Vol.: 11, Article number: 5474
DOI: 10.1038/s41467-020-19203-z
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