Robôs
espaciais de olho em tecnologias para uso na Terra
Redação do Site Inovação Tecnológica -
22/11/2016
Tecnologias de outro mundo desenvolvidas para uso por humanos aqui na Terra.
[Imagem: Florian Cordes/DFKI BmbH]
Missão de coleta de amostras
Em vez de um grande robô levando
todos seus laboratórios por todos os lados em um planeta distante, engenheiros
alemães acreditam que é mais razoável manter o robô principal em zonas mais
seguras, livres do risco de atolamento,
por exemplo, e deixar um pequeno robô mais leve funcionar como leva-e-traz das
amostras.
O conceito se mostrou eficaz
depois de uma campanha de quatro semanas de testes realizados em um deserto nos
EUA por técnicos da Agência Espacial Alemã (DLR) e da Universidade de Bremen.
A dupla exploradora é formada
pelos robôs SherpaTT e Coyote III.
Os dois robôs foram projetados
para uma missão onde amostras sejam coletadas e depositadas em um local
definido, onde outra nave possa coletá-las para trazer de volta à Terra.
Assim que o SherpaTT identifica
uma rocha promissora, o pequeno Coyote III é acionado para levá-la ao ponto de
coleta.
Robô que anda e roda
O SherpaTT pode andar ou rodar, dependendo do terreno. [Imagem: Florian
Cordes/DFKI BmbH]
Graças às suas longas pernas
equipadas com rodas, o SherpaTT é capaz de se mover em terrenos difíceis. Uma
articulação no joelho permite até mesmo o uso tridimensional do seu chassi -
sim, ele pode rodar ou andar, dependendo das condições do terreno.
Vários sensores permitem avaliar
o ambiente em detalhes. E, graças à sua capacidade de orientação, ele pode
explorar a região de forma autônoma, sem depender de comandos enviados da Terra
para cada movimento.
Além disso, o SherpaTT possui um
braço robótico para remexer o terreno e coletar amostras, e um escâner a laser,
que permite "queimar" as rochas para que sua composição química seja
analisada.
Robô de recados
O Coyote III é ágil e leve, projetado para carregar amostras e
colocá-las no ponto de coleta. [Imagem: Florian Cordes/DFKI BmbH]
O pequeno robô auxiliar Coyote
III é bem mais ágil, podendo viajar a uma velocidade de cerca de cinco
quilômetros por hora em terreno acidentado - cerca de duas vezes mais rápido do
que o SherpaTT.
Essa velocidade é parcialmente
devida às suas rodas em formato de estrela, que podem ser adaptadas às mais
diversas condições de solo.
Pesando 12 quilos, ele também é
significativamente mais leve que o SherpaTT, que pesa cerca de 150 quilos. Isto
não é apenas devido ao seu tamanho, mas também à sua construção mais leve,
feita de materiais como fibra de carbono e alumínio.
Tecnologias para uso terrestre
Para maior flexibilidade e
facilidade de controle, em vez de comandos enviados pelo teclado de um
computador, os engenheiros podem controlar os dois robôs com um exoesqueleto,
que transforma os movimentos do operador em terra em comandos adequados.
Os robôs e o exoesqueleto são
parte do Projeto TransTerrA, da DLR. Como geralmente transcorre uma década ou
mais entre o projeto de um robô espacial e seu uso
efetivo na Lua ou em Marte, a equipe está aproveitando para desenvolver
tecnologias que possam ser usadas aqui na Terra.
Entre os interesses mais
imediatos estão o uso de robôs em operações subaquáticas e serviços de busca e
salvamento, bem como o desenvolvimento de robôs para reabilitação de pacientes
e exoesqueletos para uso médico ou apoio ao movimento de idosos.
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